Criança Também Dança #55 l Do monólogo à conversa
A melhor parte de escrever sempre foi ouvir vocês, mesmo.
Nossas últimas danças:
Criança Também Dança #54 | Vamos conversar?
Criança Também Dança #53 | Voltamos
Criança Também Dança #52 | Sobre se abrir para novas amizades
Normalmente rola uma introdução e falamos um pouco do porquê do tema escolhido. Hoje estamos corridos e o tempo tá curto. Bora pro texto (que é só da Isa mesmo).
Maternidade pré-internet: saudades do que não vivi
Por Isabella Herdy
Sempre soube que o Criança também Dança seria o começo de algo que não saberia ainda o que. Um lugar que nos levaria a outro, mas não sabia sei exatamente aonde.
Esse espaço tem sido um exercício de consistência e persistência, porque eu posso parecer muito determinada, e até acredito que sou, mas eu desisto fácil fácil das coisas “só pra mim”. Sou movida à pessoas, gosto de fazer com os outros e pelos outros (libriana né, amores). Por isso o Criança também Dança desde sempre também só fez sentido porque é um projeto meu e do Felipe. Se fosse só meu saibam que dificilmente teria passado da terceira edição.
Dito isso, desde a primeira newsletter pensamos em fazer encontros, talvez eventos, quem sabe um podcast, viagens, retiros, sei lá. Muitas ideias, muito pouco tempo e um tanto de procrastinação para coloca-las em prática. Até que cá estamos.
Um ano e quatro meses e cinquenta e cinco edições depois, nosso primeiro encontro virtual.
Ele não foi exatamente planejado, foi mais no estilo “temos que fazer, vamos fazer”. Não me entendam mal, é claro que temos um plano e um roteiro, mas, bom, escrevo isso antes desse encontro acontecer então não faço ideia se o que pensamos “vai dar certo” (aqui, escuto a voz do meu analista - O que é dar certo pra você, Isabella?).
Isso vindo de uma pessoa cuja profissão é “Estrategista” diz muito. Freud explica eu ter criado um espaço em que faço tudo seguindo a minha intuição - ou seja, bem o contrário do que costumo dizer pros meus clientes.
Desde que anunciamos nosso primeiro encontro, leia-se, na newsletter passada, há uma semana, penso que o grande impulso de transformar nossos textos em conversas tenha sido a troca.
A melhor parte de escrever sempre foi o retorno.
“Li isso e pensei sobre aquilo”, “comigo também é assim”, “isso me bateu de tal forma”.
E como sempre acredito nas sincronicidades do universo, não por acaso semana passada aparece o seguinte tema no Brotinhos (meu grupo de mães, falei sobre ele aqui): A maternidade era mais fácil antes do Instagram.
Era mesmo. Claro que informação é importante, mas na internet não existem limites, o que significa que a (des)informação é infinita. São fórmulas prontas, formatos ideias para criar um filho e um tanto de conteúdo como “educação em dois passos” - nem me mande esse tipo de post que eu denuncio na hora como informação falsa - que de tão sobrecarregadas esquecemos de olhar pra dentro e pra quem tá do nosso lado. Na terra do Instagram, sempre aparece um abençoado que sabe educar o seu filho muito melhor que você.
Por isso tudo, quando apareceu essa pauta sobre a maternidade pré-internet ser mais fácil fiquei reflexiva. Não conheço essa maternidade, a minha veio no combo 4G fibra óptica. Mas pensei sobre o quanto as coisas mais importantes que aprendi até aqui foram na troca, seja com meu analista, com as educadoras da creche que meu filho frequenta ou com outros pais e mães e até não-mães que vem com uma visão de fora que a gente nem tinha enxergado.
Li livros que foram importantes, escuto (já escutei muito mais) um podcast ou outro sobre maternidade, já vi posts informativos bacanas, mas nada disso tem o mesmo impacto em mim que uma boa conversa - E aí como tem sido na sua casa? Você também tá enlouquecendo?
Por isso pra gente fez sentido transbordar esse espaço que sempre foi de troca, para além de um monólogo. A gente também quer ouvir e assim evoluirmos juntos na tarefa mais importante do mundo que é criar uma nova geração de gente.
E fica aqui mais um convite pro nosso encontro que acontece hoje, às 19h :) Ainda temos algumas vagas. Você pode se inscrever mandando um e-mail com o título “To dentro! Encontro Criança também Dança” para criancatambemdanca@substack.com
Até mais!
“Quanto mais você se aproxima do essencial menos pode nomea-lo”
Rosa Montero